História

O Cartório Gouvêa - 1º Tabelionato de Notas

O 1º Tabelionato de Notas da Comarca de Guarapuava, tradicionalmente conhecido como Cartório Gouvêa é um dos primeiros Ofícios de Notas instalados no Paraná, fazendo parte da história da terra do lobo bravo, possuindo em seus arquivos, verdadeiras relíquias históricas, como escrituras de permutas de animais por escravos, lançamentos de Cartas de Liberdade expedidas pelos Fazendeiros, em favor de seus escravos (Carta de Alforria); Atas de Eleições de Deputados e Senadores realizada em 15 de Novembro de 1890, muitas escrituras que titularam os imóveis que constituem hoje as colônias de Entre Rios e tantas outras compras e vendas de bens imóveis que realizaram e realizam sonhos de várias gerações, e ainda servem de pesquisas para historiadores e Universidades.

Remontando à época que dezenas de municípios paranaenses pertenciam a Comarca de Guarapuava, sitos em áreas que formam quase que uma terça parte do território do estado; sendo que seu livro n° 01-N teve seu termo de abertura lavrado em 01 de Fevereiro de 1844, firmado por Ponciano José de Araújo, então Juiz de Paz da Freguesia de Belém, de Guarapuava.

No ano de 1852, no dia 17 de julho, o povoado Nossa Senhora de Belém foi elevado à categoria de vila, ainda pertencente à província de São Paulo. Em 2 de maio de 1859, foi criada a comarca de Guarapuava, sendo José Antônio Araújo de Vasconcelos o seu primeiro juiz de direito. A Vila Nossa Senhora de Belém recebeu foros de município no dia 12 de abril de 1871 pela Lei 271, sendo desmembrada do município de Castro.

Em 19 de Março de 1987, conforme Decreto n° 89 do Governo do Estado do Paraná, o Sr Carlos Alberto Buch Pereira foi nomeado a exercer o cargo de titular do 1º Tabelionato de Notas. Devido à tradição do nome, conhecido pela sociedade, e para homenagear seu sogro Sr. Fernando Gouvêa foi mantido o nome fantasia de Cartório Gouvêa, que hoje funciona em sua sede própria, na Rua Marechal Floriano Peixoto 1361, ao lado da Catedral Nossa Senhora de Belém.

Guarapuava

Localizada no alto do Terceiro Planalto Paranaense faz de Guarapuava uma dos municípios mais frios do estado, com ocasionais registros de neve. O bioma predominante é a floresta subtropical, com vastas áreas de matas de araucárias, é o maior produtor brasileiro de cevada e possui uma das maiores fábrica de malte do mundo.

Já habitada por milhares de anos pelos índios caingangues, a ocupação europeia dos campos de Guarapuava remonta às grandes questões da expansão territorial ibérica na América no século XVI, pois, segundo o Tratado de Tordesilhas, toda a porção centro-oeste do atual estado do Paraná deveria ser de comando espanhol. Entretanto, durante a União Ibérica (1580-1640) (período em que a coroa espanhola dominou o território português), houve um grande número de incursões rumo ao interior do continente a partir da capitania de São Paulo, através de expedições denominadas "bandeiras".

Após a dissolução da União Ibérica, com o fim da Dinastia Filipina, a expansão portuguesa na América do Sul continuou até chegar às margens do rio da Prata, onde ocorreu a fundação da Colônia do Sacramento, no atual território do Uruguai. Sob efeito desta ameaça expansionista portuguesa é que houve a reformulação do acordo entre os dois países, através do Tratado de Madrid, redefinindo as fronteiras das colônias vinculadas às duas potências da época.

Contudo, a região de Guarapuava continuou sem a presença do domínio europeu até o início do século XIX. A fim de consolidar a posse estratégica deste território, que já havia recebido expedições de reconhecimento no século XVIII, a coroa portuguesa, então sediada no Rio de Janeiro, determinou a organização de uma expedição para ocupar a região através de seu povoamento e garantir a nova fronteira com a Espanha.

Em 1810, os caingangues da região foram vencidos pelas tropas de Diogo Pinto de Azevedo. Assim, os "campos de Koran-bang-rê", termo pelo qual os caingangues designavam a região, se transformaram na atual cidade de Guarapuava.

mapa sul
mapa sul

Entre 1812 e 1859, Guarapuava foi a primeira localidade brasileira a receber condenados ao degredo pela justiça como forma de ocupar a região com "brancos", pois os índios dominavam a matas do interior paranaense.

Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de 1819, momento em que o Padre Francisco das Chagas Lima em concordância com Antônio de Rocha Loures, tenente comandante interino da Real Expedição, determinaram a transferência da freguesia e da Igreja Nossa Senhora de Belém para o local, que, segundo o padre, era o mais adequado para a construção da igreja, a atual sede do município.

Padre Chagas foi uma personagem importante na fase inicial do povoamento, pois procurou iniciar a ocupação baseado em alguns critérios de estética, observando as prescrições contidas na carta régia de 1 de abril de 1809, do Conde Linhares, que já determinava os padrões a serem seguidos pelas edificações. Como ponto gerador do núcleo, cita-se a Catedral de Nossa Senhora de Belém, que era um ponto referencial importante para a sociedade da época. O primeiro prefeito de Guarapuava foi o coronel Pedro Lustosa de Siqueira.